Galileu e o Ciclo Solar

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Em 2009 estamos comemorando o Ano Internacional da Astronomia. E o motivo para a escolha deste ano em particular foi devido ao uso da luneta, pela primeira vez, como ferramenta astronômica por Galileu Galilei (1564 – 1642), 400 anos atrás.

Galileu Galilei é considerado por muitos como o pai da Ciência Moderna. Dentre inúmeras atividades, Galileu fez observações e propôs explicações para o que via através de seu novo instrumento (a luneta). Galileu observou as quatro maiores luas de Júpiter (Io, Europa, Ganimedes e Calixto, que hoje chamamos de luas galileanas), percebeu fases em Vênus, como as fases lunares, etc.

Muitas de suas conclusões, baseadas no que observava, entravam em confronto com ideologias pré-estabelecidas sobre o funcionamento do cosmos. Em particular, visões religiosas foram o maior entrave às suas ideias.

Também observou manchas solares. O Sol como fonte de luz e vida era uma referência ao poder divino. Ninguém sequer ousa olhar para ele, pois fica cego em pouquíssimo tempo em uma manifestação do poder dos céus. O Sol girava em torno da Terra, mas mesmo que fosse o contrário, ele era um astro perfeito. No entanto, Galileu presenteou o mundo com outra novidade. A superfície solar apresentava manchas. Manchas que variavam em tamanho e em número.

Como algo que representava a pureza celeste pode apresentar manchas em sua superfície?

As afirmações de Galileu levaram a Santa Inquisição a condená-lo por heresia. Ele foi condenado a uma prisão domiciliar até os restos de sua vida. Em 31 de outubro de 1992, Galileu foi finalmente perdoado pela Igreja Católica Apostólica Romana.

As manchas solares, que podem surgir isoladas ou em grupo, são regiões na superfície do Sol que apresentam menor temperatura que as regiões vizinhas devido a efeitos relacionados com o campo magnético do Sol. E a quantidade destas manchas, bem como suas posições na superfície solar, variam com o tempo.

A seguir, mostramos uma sequência de imagens obtidas pelo observatório SOHO, que fica no espaço vigiando o Astro Rei. As regiões mais escuras são as mais frias. Em alguns momentos o Sol está mais ativo e em outros momentos aparenta uma certa calma. Note que todo esse fenômeno ocorre em apenas 11 anos. E nesse curto intervalo, o Sol muda bastante.

O ciclo solar

7 Respostas to “Galileu e o Ciclo Solar”

  1. Paseo dominical por blogs de divulgación científica « Francis (th)E mule Science’s News Says:

    […] “Galileu e o Ciclo Solar,” Café com Ciência. Elemental querido Watson. […]

  2. Galileu e a descoberta de Netuno « Café com Ciência Says:

    […] Galileu, que era um defensor do sistema heliocêntrico de Copérnico, sempre fazia esboços de suas observações. Interessante que em um de seus rascunhos há um dado ponto próximo de Júpiter, seu foco principal de investigação. Esse ponto não está em nenhum catálogo estelar moderno (porque se move!) e isso levou a suspeitas sobre sua existência. Por meio de simulações computacionais, foi possível analisar onde estava Netuno no momento em que Galileu fizera suas observações, e que foram retratadas em seus esboços. Os resultados indicaram que o ponto em questão era mesmo Netuno. […]

  3. Astrônomos de todo o Mundo no Rio de Janeiro! « Café com Ciência Says:

    […] para se escolher o Brasil, em particular o Rio de Janeiro, já que estamos comemorando os 400 anos do primeiro uso da luneta como ferramenta astronômica por Galileu Galilei (em 1609). Por isso […]

  4. O Google e os 400 anos do Telescópio de Galileu « Café com Ciência Says:

    […] uma comemoração para os 400 anos do uso deste instrumento por Galileu, data que fez a UNESCO adotar 2009 como o Ano Internacional da […]

  5. paulo Says:

    O próximo ciclo onde o ponto mais “quente” assim dizendo cai exatamente em 2012.
    Em 2012 também se encerra um dos calendarios maias, acredito que mudanças estão previstas.

  6. paulo Says:

    Partindo das coicindências em 2001, 11/9 houve fatos desagradaveis “11s” termo astrológico…

  7. Os observatórios espaciais no ano internacional da Astronomia « Café com Ciência Says:

    […] na comemoração dos 400 anos das descobertas de Galileu, a NASA lançou uma imagem fascinante do coração da Galáxia. E, através de um pôster, […]

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