A humanidade sempre olhou para os céus em busca das mais variadas explicações. A história nos diz que estas buscas em compreender os céus iam desde à tentativa em se compreender as enchentes, as secas e as cheias de um rio, guerras, nascimento e morte de reis, etc.
Ainda hoje olhamos para os céus. Mesmo sob um ponto de vista científico, olhamos ainda em busca de explicações e de respostas para nossas perguntas mais elementares. Quando tentamos compreender o mecanismo de formação de estrelas ou do nascimento do Universo, ou quando buscamos planetas orbitando em outras estrelas que não nosso Sol, estamos dando um passo na busca de respostas para perguntas bem humanas (no sentido mais geral que essa palavra possa abranger).
De onde viemos? Para onde vamos? Estamos sós? São algumas dessas interrogações. As duas primeiras mais voltadas ao campo da Cosmologia, a terceira mais voltada ao campo da Astrobiologia. Esta última é uma ciência bem recente, enquanto que a primeira data das origens da humanidade.
Na APOD de ontem (logo acima), foi apresentada a imagem de algumas bactérias de espécie D. rad. Esta bactéria está preparada para sobreviver em uma gama de situações e ambientes extremos e, portanto, desperta curiosidade por parte dos cientistas.
Apelidada do Conan, a bactéria, a Deinococcus radiodurans (D. rad) tem demonstrado, em laboratórios terrestres, que pode sobreviver a níveis extremos de radiação, a temperaturas extenuantes, a desidratação e a exposição a substâncias tóxicas. Mais impressionante ainda é o fato de que estas bactérias podem reparar seu próprio DNA, e normalmente dentro de um período de apenas 48 horas.
Este tipo de ser vivo é conhecido como extremófilo. Eles (assim como as D. rad) são de interesse para a NASA devido às suas adaptabilidades a, praticamente, qualquer ambiente.
Recentemente, O DNA da D. rad foi mapeado e com este mapa em mãos os biólogos podem manipular o código genético de maneira a aumentar (ainda mais) as habilidades de sobrevivência destas bactérias. E isto incluiria a habilidade de produzir medicamentos, de limpar água e de liberar oxigênio, tudo para o benefício humano. Só para se ter uma ideia, elas já foram geneticamente modificadas para remover respingos tóxicos de mercúrio.
Provavelmente uma das mais antigas formas de vida ainda existentes, a D. rad foi descoberta, por acidente na década de 50, quando cientistas investigando técnicas de conservação de alimentos não conseguiram matá-la facilmente.
O que fora tido como empecilho e uma praga a se vencer na batalha pela conservação de alimentos torna-se hoje numa das esperanças para a sobrevivência humana em ambientes fora do nosso planeta.