De acordo com o interessante sítio Worldometers, neste exato momento (dia 24/11/2009 – 17h47′), a população mundial é estimada em 6.808.046.803 habitantes. E, como já é sabido por todos, são 12 os signos do horóscopo. Assim, após uma rápida conta com meu ábaco, e supondo que os nascimentos estão igualmente distribuídos pelos dias do ano1, é possível concluir que, no dia de hoje, 567.337.232 pessoas terão a mesma sorte (ou azar) que você! Fantástico! Quase 600 milhões de pessoas terão os mesmos problemas no trabalho, no “amor2” e, o melhor de tudo, o mesmo número da sorte!
Além desse aspecto astrológico, gostaria de explorar a história da ação do Sol e dos planetas nas pessoas, ou seja, como a configuração do Sistema Solar no exato momento do seu nascimento influenciou, influencia e vai influenciar (e por vezes determinar) sua vida. Já ouvi essa conversa muitas vezes: alguém que não gosta de astrologia fala que a interação gravitacional entre o médico (ou uma cadeira na sala de parto) e o bebê é maior do que a força entre o bebê e Júpiter, por exemplo. Como eu nunca vi ninguém fazer a conta, chegou a hora de saber se, de fato, a astrologia tem razão (hahahaha).
A Lei da Gravitação Universal de Newton diz o seguinte:

ou seja, a força depende, proporcionalmente, das massas (m e M) e da distância. G é a chamada constante de gravitação universal, de valor 6.67×10-11 m3 kg-1 s-2. Porém, esta força é diretamente proporcional ao produto das massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa. Assim, se eu dobrar a distância entre dois corpos, a intensidade da força gravitacional entre eles diminuirá 4 vezes.
Para as contas a seguir, utilizar-se-ão os seguintes valores para as massas (aproximadas):
- 2.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 kg – Sol
- 2.000.000.000.000.000.000.000.000.000 kg – Júpiter (♃)
- 330.000.000.000.000.000.000.000 kg – Mercúrio (☿)
- 13.000.000.000.000.000.000.000 kg – Plutão
- 50.000 kg – uma carreta carregada com adubo
- 500 kg – vaca adulta (pastando livremente – antes do almoço)
- 100 kg – médico (antes de fazer a dieta das estrelas)
- 3 kg – recém-nascido
- 0,1 kg – uma coxinha
(Não vou considerar a Terra nas contas, já que a força gravitacional da mesma sobre nós é a dominante – não conheço ninguém que tenha dado um salto tão alto que tenha entrado em órbita. Além disso, vou considerar apenas a força entre dois corpos de cada vez.)
Intensidades das forças entre o recém-nascido e:
- Sol: 0,017 N – mesma força entre o recém-nascido e o Dr. Hans Chucrutz, se este estiver segurando o bebê no colo.
- Júpiter: 0,000001 N – Se a carreta estiver parada próxima à janela do quarto a influência é a mesma.
- Mercúrio: 0,000000008 N – Se o pai da criança estiver comendo a coxinha bem perto da mãe…
- Plutão: 0,00000000000008 N – Se a Mimosa estiver pastando a menos de 1km do hospital, a vida do rebento será repleta de capim.
Acabei de pensar em outro aspecto. Por que utilizar a data do nascimento? Digo: o bebê já estava vivo na barriga da mãe certo? Será que o tecido epitelial das mulheres possui alguma blindagem contra forças gravitacionais?
Ademais, deixo para o leitor a difícil pergunta: em quem você acredita? Newton ou Oscar Quiroga?
Obs1: O primeiro parágrafo deste texto não é inédito. Eu li uma comparação desse tipo em um texto sobre os mitos da astrologia (notem a letra minúscula) que deve estar perdido em algum backup ou e-mail. Farei a devida referência quando o encontrar.
Obs2: Muitos devem estar se perguntando: Por que será que ele não mencionou a Lua e suas influências nessa história toda? Bom, o nosso simpático satélite, as marés aqui da Terra e os cortes de cabelo associados às fases da Lua são assunto da próxima analogia!
1 desconsiderei a influência dos chamados “filhos do carnaval”.
2 descobri que existem também os horóscopos do “amor”, “trabalho” e “mensal”. Assim fica mais fácil manter o foco no que realmente importa!