Uma das áreas mais instigantes da Astronomia é a que trata da formação de estrelas.
Como elas surgem da contração de material do meio interestelar, ficam embebidas e obscurecidas por este material boa parte de suas vidas. Quando vem à tona, exibindo toda sua beleza e impondo respeito com suas rajadas ionizantes, já estão bem formadas e finalizadas.
É, de certa forma, como uma gestação humana. Em situações normais, quando a criança vem ao mundo já está praticamente formada. Já é um ser humano que irá crescer, reproduzir e morrer mais na frente. Mas o processo de formação, célula a célula, músculo a músculo, osso a osso, não é diretamente visualizado pois o feto está escondido no ventre da respectiva mãe.
Por outro lado, quando tratamos de estrelas, o ventre em questão não soa muito romântico, pois é constituído de gás e poeira.
Na imagem acima, vemos uma representação artística de uma estrela (a estrela 51 da constelação do Ofiúco) com um disco de acresção de matéria. A matéria espirala em direção à estrela central até o momento em que a radiação emanada do jovem astro possa varrer o material pra bem longe. Esta estrela foi estudada usando os poderosos telescópios gêmeos Keck. E, por meio deste estudo, detectou-se o menor disco em volta de uma estrela em formação (51 de Ofiúco tem dois discos, um interno e menor e outro externo e, portanto, maior). Como comparação, se fosse em nosso Sol este disco interno atingiria a órbita de Júpiter.
Materiais maiores podem resistir à pressão e permanecer orbitando em torno da estrela. São os protoplanetas. Compostos de material quimicamente enriquecido por uma geração de estrelas anteriores a que está se formando, estes futuros planetas poderão em algum momento abrigar moléculas replicantes e, quem sabe, até mesmo vida inteligente. Vida que possa querer entender sua origem e passe a olhar para os céus. E não demoraria muito, veriam estrelas se formando, discos em torno de estrelas jovens, e mais tarde outros planetas girando em torno de outras estrelas que não a sua. Em algum momento suas fichas cairiam.
Na imagem acima, vê-se alguns materiais que se sobressaem em tamanho. Apesar de ser uma representação artística, acho fascinante pois é baseada em resultados científicos. Já na imagem abaixo, mostro uma representação tirada do site dos telescópios Keck. Interessante é a comparação com o Sol, caso estes discos girassem em torno de nossa estrela.

Explicação dos discos, interno e externo, em torno de 51 Ofiúco. Créditos: NASA/GSFC/Marc Kuchner e Francis Reddy.
Tags: Estrela, Formação, Ofiúco, Protoplaneta, Telescópios Keck, Vida
outubro 1, 2009 às 12:48 |
Hm, muito bom esse post! Gostei especialmente das considerações sobre uma forma de vida inteligente nascendo e olhando ao redor, no universo!
Aliás, o que será que eles pensariam se nos vissem? o.o
As imagens também estão bem boinitas! =D
outubro 1, 2009 às 17:57 |
Obrigado Tamires.
É verdade, essa visão artística é mesmo sensacional.
Agora se os alienígenas nos vissem, não sei se ficariam muito felizes com o que o pessoal daqui da Terra anda aprontando não… 🙂
outubro 1, 2009 às 21:24 |
Ahahaha! Se EU fosse um alienígena olhando para a Terra, eu acharia a humanidade bem esquisita!
outubro 7, 2009 às 17:18 |
Eu gosto muito de olhar as estrelas e gostaria muito de poder ver esses processos de criação de estrelas, planetas, sistemas… Seria muito bom se fosse possível viver para ver os próximos estágios do nosso Sol – se tornar uma gigante vermelha, uma anã branca e depois uma anã negra. Estou certo?
outubro 8, 2009 às 05:50 |
[…] o princípio. Presenciamos onde, como e porque as estrelas nascem. E porque não vê-las quando crianças e saber como determinar suas idades? Olhamos um pouco para os vizinhos, mostramos a tentativa […]